Monumental Video Projection by Easyweb.fr

É incrível o que se pode fazer com luz e cores. Mais uma vez, insisto na minha teoria: é possível obter diferentes sensações com o mesmo espaço e mesma disposição de mobiliário, janelas e outros componentes arquitetônicos. Ao ter suas paredes revestidas de tintas vermelhas e o chão de tábuas corridas, a sensação que se sente ao entrar nesse espaço é de aconchego e calor. Caso as paredes sejam azuis e o chão ganhe cerâmicas brancas ou cinzas, o lugar parece mais frio, impessoal e limpo.
A Easyweb.fr é uma empresa que projeta imagens "sob medida" para objetos - ou edificações - após obter o mapeamento em 3d. No caso das fotos abaixo, tanto o espaço quanto o mobiliário são feitos do mesmo material e recebem a mesma cor branca - as mudanças são feitas simples e puramente com projetores de luz.






O vídeo abaixo mostra projeções sobre o edifício da Telefonica em Madrid, e é apenas parte do que os caras fazem. Trabalho sensacional! Vale a pena conferir. A dica foi do Paulo Avelar, da MKZ. Desculpem pela demora, espero voltar em breve! Boas férias a todos.

Arquiteto tem que fazer arquitetura

-
Tava aqui procurando e encontrei no designboom algo muito interessante. Frank Gehry e mais cinco artistas - entre eles Martin Szekely, Kris Van Assche, Clémence Krzentowski e Michel Perry, todos designers de ótimo tom - foram convidados por J. M. Weston para desenhar alguns pares de sapatos para coleção de inverno de 2009. Sei que tô um pouco atrasada, mas como não tinha visto em lugar nenhum, achei que podia compartilhar.
"Não deveríamos ter que diferenciar as disciplinas... os sapatos são muito arquitetônicos e sempre foram."
Gehry diz ainda que acharia muito estranho se alguém dissesse que seu sapato é feio. Segundo ele, estamos voltado ao modelo renascentista, em que os artistas podem trabalhar na área em que quiserem. E aqui vai minha dúvida: alguém conseguiu estabelecer analogia entre um edifício e um sapato de sua autoria?



"É útil para as indústrias mostrar uma criação que possa ser associada a um nome, como no cinema. Arquitetos criam marcas hoje em dia por esse motivo."






Seis botões, num modelo monocromático de gosto duvidoso










-

- Boa semana! Espero voltar em breve.

Calatrava sem fachadas

-
A nova estação de "train à grande vitesse"- TGV, que significa trem de alta velocidade - na Bélgica foi projetada por Santiago Calatrava. Na cidade de Liège, a estação Liège-Guillemins apresenta uma grande cobertura sem vedações. Sua forma abaolada é justificada pela semelhança aos montes da paisagem onde foi inserida. O arquiteto diz que a estrutura com forma de abóbora - quando nós sabemos que pode ter forma de qualquer coisa, menos de abóbora - tem 145 metros de altura, passando por 5 níveis de plataformas. Por lá passam mais de 36 mil pessoas por dia e para sustentar tudo isso, nada mais nada menos que 10 mil toneladas de aço.


A estação atua como a primeira etapa do processo de renovação econômica da cidade, que já foi pólo industrial: em direção ao nordeste, área urbana bastante degradada e a sudoeste, área residencial. Para completar a composição visual obre-cidade, foi implantada uma enorme faixa contínua de atividade comercial, localizada no eixo central do projeto. "A abóbada de 73 metros de largura, é composta por 39 arcos equidistantes, que distam aproximadamente dois metros uns dos outos e que terminam nas pontes. 3.000 toneladas de aço foram necessárias para construir as duas pontes. Cruzados, os arcos são ligados por tirantes. Os arcos e os tirantes formam o padrão da grelha do arco. Cobre um comprimento de 200 metros e atinge o seu ponto mais alto aos 40 metros."
"A estação irá tornar-se um dos principais nós da rede de alta velocidade na europa, levando apenas 2 horas para chegar de Paris a Frankfurt, e 3 horas a Londres."
















Boa semana a todos!

Holliday Inn

Para comemorar o relançamento da rede de hotéis Holliday Inn pelo mundo, foi inaugurado em NY um hotel feito de cartas de baralho. Foram utilizadas mais de 200 mil cartas, pesando 1,8 toneladas. O Hotel possui pouco mais de 37m².





House Hemeroscopium

Arquitetos: Ensamble Studio
Localização: Las Rozas, Madri, Espanha
Ano: 2005-2008
Área Construída: 400m²



Do grego, hemeroscopium significa lugar onde o sol se põe. O nome faz alusão a um lugar que existe na imaginação, nos sentidos, que está sempre mudando, mas que não deixa de ser real.





A House Hemeroscopium se delimita pelo horizonte, onde cria um espaço arterial, iluminado, transparente e fluido.



Formado por jogo de estruturas em um balanço, aparentemente instável. Uma hélice que parte de uma viga-mestra e se torna mais leve a cada ponto, reinterpretando o conceito de "peso".



O projeto levou um ano para ser pensado e calculado e apenas 7 dias para ser construído, graças a estrutura pré-fabricada. A complexidade dos cálculos se dá pela tensão nas treliças de aço que permeiam a rede de vigas armadas.




A metrópole do futuro - 9 de setembro de 2009

Pela manhã com o tema "Morar mais e morar melhor" Gilberto Belleza, presidente do IAB-SP, juntamente com Finn Geipel, da Alemanha, João Sete Whitaker, de São Paulo e os franceses Gregory Bousquet e Guillaume Sibaud, do escritório paulista Triptyque, novamente na sequência de palestras.
Na parte da tarde, que atrasou novamente 1h15, o tema "Um novo conceito de cidade" fez Roland Castro falar sobre sua Paris multipolar. Antoine Grumbach apostou em alternância natureza/cidade, a arquiteta paisagista Rosa Grena Kliass deu um banho de simpatia falando sobre paisagens urbanas e as metrópoles de hoje.
No fim da tarde infelizmente não foi possível estar presente, mas prometo que vou pesquisar para mantê-los informados.
Apesar dos atrasos, dos tradutores e de alguns arquitetos antipáticos, o evento foi um sucesso! Parabéns aos organizadores e esperamos ver mais isso por aqui.. não precisa ser em francês, mas o que vier, Brasília topa. :)
Um excelente fim de semana a todos!

Les rendez-vous du Grand Paris - 8 Septembre

Pela manhã, com o tema "Mobilidade Contemporânea"e sob a moderação de Igor Campos (Presidente IAB-DF e professor UniCeub) os arquitetos Djamel Klouche (Paris) com a psicoterapia das cidades, Jaime Lerner (Curitiba), Nicolas Samsoen (Paris), Bernardo Secchi (Milão), Nadia Somekh (São Paulo) e Fernando Viegas (São Paulo - UNA arquitetos) realizaram palestras que deveriam ter 20 minutos, mas na verdade duraram 30 ou mais. Devido ao atraso, não houve a mesa redonda com tais arquitetos e ainda, François Leclercq (Paris) e Andrey Rosenthal (Brasília).
Gostaria apenas de ressaltar que o tema foi o mais comentado durante todo o evento, afinal de contas, mobiliade e cidade contemporânea não andam combinando.
Falando separadamente de cada palestra, na minha opinião, Jaime Lerner superou grandes nomes, inclusive os franceses.. Sua teoria sobre rua portátil e conceito moradia convenceram. Falou muito bem sobre transporte público, sempre com muito bom humor e modéstia, frisando não ser especialista no assunto. E enfim, ao final da palestra dele, as amigas que assistiam resolveram ir morar em Curitiba.. viva Jaime Lerner, a tartaruga vitta, o automóvel otto, os dock-docks..!
À tarde, com um atraso de 1h25, os arquitetos Fernando Chacel , do Rio; o sen-sa-cional Mike Davies - inglês que só se veste de vermelho e teve uma das melhores palestras do dia, Massimiliano Fuksas (Roma) que em partes, decepcionou ao falar apenas em números, poluição e um projeto antigo e Jorge Wilheim (São Paulo) fizeram novamente a sequência de palestras de 20 minutos, com o tema "A nova geografia da cidade".

A metrópole do futuro - 7 de setembro de 2009

Bem.. escrevi um enorme texto a respeito do primeiro dia do simpósio, mas o editor de texto do blog não colaborou. Enfim, um sucesso, exceto os problemas com a tradução simultânea francês/português e o filme sobre os projetos para a Grande Paris, de qualidade, mas péssima edição. Paulo Mendes da Rocha, não muito simpático, mostrou uma palestra de abertura totalmente despreparada, sem imagem alguma, e em seguida, falou sobre uma tal cidade "hidráulica" no interior de São Paulo. Fuksas (Roma, Itália) - o qual eu já conhecia de um forum realizado em São Paulo com Mário Biselli e Marcelo Ferraz - sempre acompanhado de seu incrível bom humor, participou da mesa redonda juntamente com Jaime Lerner (Curitiba) e sua tartaruga (acho que ninguém nunca mais vai esquecer a comparação tartaruga-cidade), André Correa do Lago (Brasília), Paulo Mendes (São Paulo), Mike Davis (Greenbelt, Inglaterra) com seu figurino escarlate, João Suplicy (Curitiba), Nadia Somekh (São Paulo) e pra mim, a revelação do dia: Christian de Portzamparc (Paris, França), com seus rizomas, transportes ferroviários suspensos, e quadras abertas - que mais pareciam superquadras - para Paris. Ao fim, como já era esperado, entrou em questão a Praça da Discórdia. QUER DIZER, a Praça da Soberania. Sábio foi Paulo Henrique Paranhos ao dizer "ou abre a discussão, ou fecha..", caso contrário estaríamos lá até agora escutando as 200 opiniões sobre o assunto.
No fim das contas, deu tudo certo e além do mais, o coffe break foi ótimo. See u tomorrow :)

A metrópole do futuro - 7 a 9 de setembro de 2009

Sem imagens porque estamos com muita pressa! Desculpem avisar tão em cima da hora, mas começa hoje e vai até quarta o Simpósio Internacional Sobre a Cidade Sustentável, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB - de Brasília. Hoje com início às 13h e nos demais dias, vide programação!

http://www.gie.cespe.unb.br/
Curso - A Metrópole do Futuro
Com participação dos arquitetos Paulo Mendes da Rocha, Massimiliano Fuksas, Gilberto Belleza e outros nomes.

"Marcado pela visita oficial do Presidente da República Francesa à capital brasileira, oSIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A CIDADE SUSTENTÁVEL “A METRÓPOLE DO FUTURO” é um evento fundamental do Ano da França no Brasil.No âmbito do encontro do Presidente Nicolas Sarkozy com o Presidente Lula no dia 7 desetembro de 2009 em Brasília, cidade mítica da era moderna, será aberto um grande debatesobre a questão urbana."


Carga Horária Total: 40 horas (24 horas/aula presenciais, complementadas com 16 horas/aula no ambiente virtual).
Valor: gratuito.
Número de Vagas: 300.
Período de Inscrições: 2 a 7 de setembro de 2009.
Período de Realização: 7, 8 e 9 de setembro de 2009, a partir das 13h.
Local de Realização: Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Equipe de Execução:
Prof. Claudio José Pinheiro Villar de Queiroz - FAU/UnB (Coordenador)Chantal Hagge - Embaixada da França
Francis Rambert - l'Institut Français d'architecture
Igor Campos - IAB
Paulo Henrique Paranhos - IAB
Organização e realização: Embaixada da França
Apoio: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/UnB)
Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB)
Gerência de Interação Educacional (Cespe/UnB)


OUTRAS INFORMAÇÕES:(61) 21095854/5855


Vejo vocês lá :)

Legorreta, Harmonia e Beleza

-

Vasculhando e pesquisando para o próximo projeto, tive o prazer de encontrar uma entrevista entitulada "Sem harmonia não há beleza", de Ricardo Legorreta para a revista ProjetoDesign/ARCOWEB/2007, que eu não conhecia. Ele fala sobre seus projetos, sobre Brasília, sobre o Pritzker de Niemeyer - em que foi jurado, sobre Charles Moore, Louis Barragan, cores, épocas..
As obras de Legorreta são marcadas por cores intensas, luzes, ambientes conjugados à natureza e uma qualidade extraordinária. Vale a pena conferir o trabalho da dupla LEGORRETA + LEGORRETA, pai e filho.





















South Texas Institute of the Arts, Corpus Christi - Texas, EUA















Conjunto Papalote, Vale de Bravo, México


Por Evelise Grunow e Fernando Serapião
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 333 Novembro de 2007

O senhor se sente mais seguro trabalhando com a grande ou com a pequena escala?
Não tenho preferência por nenhuma das duas. Estou acostumado a transitar entre ambas, por causa da cultura mexicana. É bastante comum ver no México grandes praças inseridas em áreas pequenas. Embora a escala possa variar muito em função do programa, acredito que os desafios da arquitetura são iguais em ambos os casos. Na grande escala, corre-se o risco de perder a proporção; na pequena, o perigo é perder o humanismo e a imaginação.

Sua arquitetura tem afinidade com a grande escala do México?Sim, considerando desde a época pré-colombiana.
Costumo dizer que no México somos irresponsáveis com a escala, porque estamos habituados a espaços muito grandes. Essa é a tarefa da era contemporânea: manter tal cultura em meio aos espaços pequenos.

Enrique Norten, por exemplo, é expoente de uma arquitetura mexicana ou internacional?
Internacional.

O senhor gosta do trabalho dele?
Acho que é um caminho. Contudo, me parece mais interessante quando a arquitetura corresponde a um lugar, o que é até mais difícil de realizar.

A proximidade com os Estados Unidos é um problema para a arquitetura mexicana?
Certamente. É um problema porque o domínio econômico, comercial e até empresarial é demasiado forte. Então, há grande tendência de grupos se unirem e se desenvolverem como nos Estados Unidos, embora nossa cultura seja completamente diferente da deles. Por outro lado, há uma oportunidade da qual poucos arquitetos mexicanos se deram conta: podemos invadir os Estados Unidos com a nossa cultura. Por isso me parece mais interessante trabalhar com as raízes mexicanas, que nos abrem mais possibilidades. Curiosamente, nunca tivemos tanta demanda para trabalhar nos Estados Unidos como agora, em plena época de globalização. Pelo clima, a costa oeste é a que mais nos convida a projetar, embora tenhamos feito trabalhos em Chicago, por exemplo, onde desenhamos os dormitórios da universidade.

Que acha da arquitetura brasileira?
É maravilhosa. Noto uma liberdade que não existe em muitos outros países, além do que os arquitetos brasileiros conhecem seu ofício, são disciplinados. Em geral, a cultura brasileira é muito alegre. Nós, mexicanos, temos os mesmos problemas que vocês, enfrentamos agudas diferenças sociais, econômicas, problemas com corrupção. Contudo, somos naturalmente trágicos, somos tristes. E mais: os brasileiros têm um conceito de excelência que está se perdendo em todo o mundo. Quando vocês decidem alcançar a excelência, conseguem de forma impressionante. Nós, por outro lado, recebemos a influência dos Estados Unidos, somos influenciados pelo business, pelo conceito de negócios, mas a autêntica excelência não é a característica daquela cultura.

Fale um pouco sobre seus trabalhos no Brasil.
Fiz três casas, em São Paulo, Matão [região central paulista] e Barra do Una [praia em São Sebastião, litoral norte de São Paulo]. Na Bahia também há uma casa, mas a construção ainda está começando. Os lugares são maravilhosos e os clientes estão entre os melhores que já tive, por causa do diálogo que estabelecemos. Não é possível fazer um bom projeto sem um bom cliente. E o bom cliente não é aquele que diz sim a tudo, mas aquele que verdadeiramente se envolve com o projeto.

Como é trabalhar à distância?
É muito parecido com o trabalho dentro do escritório. Primeiro, não faço nada assim que me contratam, passo um tempo simplesmente considerando as idéias que surgem em torno do projeto. Começo a refletir sobre coisas diferentes, cerco-me de livros - não necessariamente de arquitetura -, e isso me ajuda a formar o que chamo de filosofia do projeto. O que quero fazer, de que necessita o cliente, como o entendo, e em nenhum momento penso em impor-lhe algo ou dizer-lhe como deve viver. Preciso entender como ele vive e solucionar o projeto para torná-lo ainda mais feliz. E, então, começo a fazer os primeiros croquis, manualmente, sem escala.

Mas deve haver alguma diferença.
Sim, é claro. Quando trabalho à distância, por exemplo, procuro a colaboração de um arquiteto local, mesmo se for no México. O computador facilita muito. Estamos desenvolvendo um projeto em Catar [no golfo Pérsico], por exemplo, e nos comunicamos por teleconferências. Todavia, digo sempre aos jovens que um dos perigos do computador é o conceito de escala. Sua tela é pequena, perde-se o conceito de conjunto se você se concentra apenas no pequeno detalhe. Mas o trabalho de arquitetura continua sendo muito pessoal. A troca de culturas é maravilhosa, mas tem seus problemas: tive apenas 15 minutos em Catar para apresentar o projeto. Cada vez que recebo um convite, o desafio é como fazer para ir contra o vício da chamada arquitetura internacional, ou seja, não impor arquiteturas.

O senhor integrava o júri do Pritzker em 1988, quando Oscar Niemeyer compartilhou o prêmio com Gordon Bunshaft. Pela primeira vez a premiação foi dividida. Como isso aconteceu?
Quando fui convidado a integrar o júri, protestei, porque a informação estava muito limitada, circunscrita ao Museu de Arte Moderna de Nova York. Não se levava em conta o resto do mundo. Eu lhes perguntei por que olhavam somente para o leste e o oeste, por que não se interessavam pelo sul, pela América Latina, e me responderam: “Mas o que há lá?”. Chegamos, então, a Oscar Niemeyer, que foi premiado logo no primeiro ano em que o indiquei.

Por que a divisão do prêmio?
Naquela ocasião, em que se comemoravam os dez anos do prêmio, pensamos em eleger dois arquitetos. Não houve, todavia, uma razão especial. Mas Niemeyer é o único que conheço a não comparecer à premiação, porque a cerimônia era realizada nos Estados Unidos. O importante é que a partir daí o Pritzker se abriu a muitas partes do mundo. Depois veio Siza [Álvaro Siza, em 1992], também proposto por mim ao júri, e agora Mendes da Rocha [em 2006]. O interessante é que os jurados decidem e a família [Pritzker] respeita, não intervém.

E quanto a seu Pritzker?
Não sei nada sobre isso.

Como foi o início de sua carreira?
Trabalhei durante 12 anos com [José] Villagrán [1901-82]. Éramos 15 arquitetos no escritório, entrei como desenhista e terminei como sócio. Com ele aprendi o ofício, a disciplina, a ética, a filosofia, tudo o que agora se perdeu na arquitetura. A educação se descuidou disso. Somos arquitetos, e não homens de negócios, nem promotores de algo.

E sobre seu trabalho com Luis Barragán?
Apesar de Barragán [1902-88] ter transmitido a imagem de um monge, era um bon vivant. Um homem com impressionante sentido de estética, boêmio, ligado ao momento. Era muito metódico e de um refinamento extraordinário: se marcava um chá para as cinco e quinze da tarde, era porque nesse momento a luz batia na fonte, os pássaros se aproximavam. Eu o defino mais como um criador de ambientes maravilhosos do que como um arquiteto. Era um homem muito divertido e elegante, e transmitia isso aos seus espaços. Nunca quis se indispor com ninguém, e eu reclamava sobre isso com ele. Com todo o seu talento, por que não realizava mais obras? Acontece que, se havia algum problema, ele se retirava.

De qual trabalho de Barragán o senhor gosta mais?
Há dois, em especial. Um é a sua casa [construída em 1942 na Cidade do México e, desde 2004, eleita pela Unesco patrimônio mundial]. A outra é a capela para um convento de monges, que é de uma preciosidade maravilhosa.

Entre os seus projetos, qual o preferido?
São seis: meus seis filhos.

Algum deles é arquiteto?
Apenas um, que trabalha comigo no escritório [Víctor Legorreta tornou-se sócio do pai e, desde o início dos anos 1990, o escritório passou a se chamar Legorreta + Legorreta]. Para mim, as obras estão muito relacionadas ao momento pessoal do arquiteto. Nas ocasiões em que rompi amarras na minha vida, comecei a fazer arquitetura de forma mais livre e com menos preocupação. Por exemplo, quando projetei o Camino Real [hotel na Cidade do México] fazia pouco tempo que tinha me recuperado de uma doença que quase me tirara a vida. Era para mim, então, um momento de muita energia e vigor.

E quanto à catedral de Manágua?
A Nicarágua enfrentava sérios problemas com a fome. Um norte-americano, disposto a ajudar, comprometeu-se a dar dez dólares para cada dólar arrecadado pela população nicaragüense, mas eles não tinham esse dinheiro. Venderam coisas nos Estados Unidos, conseguiram juntar 300 mil dólares e ganharam 3 milhões. E fizemos a catedral. Pensei que para um projeto como esse era preciso ir a Roma, pedir autorização ao papa. Nada disso. O projeto foi discutido com o cardeal, aprovado através da maquete e pronto. O dia da inauguração foi verdadeiramente emocionante, uma cerimônia de que participaram representantes da Igreja católica de toda a América Latina. O cardeal se desculpou com quem ficou de fora da capela, umas 6 mil pessoas. Era tanta gente, descalços, carregando seus filhos, cantando. Foi quando compreendi com clareza que nós, arquitetos, somos agentes sociais. Não somos gênios, a fazer monumentos para nós mesmos.

Recentemente, de que trabalho o senhor gosta mais?
Estou projetando uma capela para a casa de Matão, e me encontro apaixonado por ela. Claro que há a ressalva feita por todos os arquitetos, de que a obra preferida é a que se conceberá amanhã. Na arquitetura, somos fabricantes de sonhos.

O senhor lecionou na Universidade da Califórnia, com Charles Moore [1925-93], a partir de 1985. Que lembranças tem dessa época?
Charles foi um dos melhores educadores que conheci. Em geral, o professor se sente obrigado a criticar os alunos, apontar os erros. Charles sempre começava mostrando o que estava bom e depois, como conseqüência, apontava o que estava ruim. Despertava muito entusiasmo nos estudantes, tinha uma mente muito aberta. E, embora fizéssemos arquiteturas quase opostas, era excepcional nossa comunhão de pensamento. Nos anos 1980, fizemos intercâmbio de alunos: o grupo de Charles Moore, de Austin ou de Los Angeles, fazia um projeto no México, e meu grupo fazia um projeto em Los Angeles.

Era a época da piazza d’Italia, certo? Que repercussão teve esse projeto de Moore?
Uma loucura. Mas isso era Charles Moore. Há um episódio que me impressionou muito. Daríamos uma conferência juntos, sobre fontes de inspiração. Não consegui me encontrar nem falar por telefone com Charles durante todo o mês precedente, para ajustarmos os detalhes da apresentação. No dia da conferência, ele chegou com uma caixa cheia de diapositivos. Muito amavelmente, perguntou-me quem eu gostaria que começasse, e sempre que se pergunta isso a um latino dizemos “Você primeiro”. Todos os diapositivos de Charles eram sobre o México, metade deles mostrava os mesmos lugares sobre os quais eu falaria. Brincando, disse-lhe que ele que era um traidor, que havia se escondido e aparecera naquele momento para roubar a minha fala. Charles me pediu, então, para repetirmos os diapositivos lado a lado e, com isso, alertou os espectadores para as diferenças de visão entre um norte-americano e um mexicano. A apresentação se tornou uma maravilhosa lição de critérios e culturas diferentes.

E seu projeto para a reconstrução do centro da Cidade do México?
Participei em vários âmbitos, como consultor pessoal do prefeito para problemas específicos, ou ainda assessorando investidores que compraram edifícios ou casas na região. Fizemos alguns projetos de restauração e um outro, que terminamos há pouco mais de um ano, de todo um bloco que estava muito danificado pelos tremores de terra. Fizemos a Secretaria de Relações Exteriores e o Tribunal de Justiça Familiar ao redor de uma igreja colonial, em uma praça. Mas a recuperação do centro histórico vai demorar ainda muito tempo. A região ficou abandonada por mais de 50 anos. Não dá para arrumar tudo em apenas cinco.

Em sua visão, a arquitetura tem grande conexão com o sítio da implantação, com as pessoas e sua cultura. O senhor é otimista em relação ao destino das cidades?
O que não tem relação com o entorno não é arquitetura, é construção. Nós, arquitetos, temos de nos concentrar seriamente na tarefa de fazer cidades melhores, temos de pensar que a vida é mais importante do que os edifícios. Para comprovar isso, há um exercício infalível: enfileire os 13 edifícios mais premiados no último ano e, com isso, fará a rua mais feia do mundo.
Sem harmonia não há beleza. É isso o que existe em Barcelona, assim como no Rio de Janeiro. Atualmente, estamos sob o domínio absoluto do automóvel. Creio que o grande mérito de Richard Rogers foi o que ele fez por Londres, uma cidade que estava muito mal 20 ou 30 anos atrás e, agora, é uma maravilha. Paris, por exemplo, é extraordinária, mas as citès nouvelles são um desastre.

O senhor conhece Brasília?
Sim, eu a visitei quando a cidade completava um ano e voltei agora, em 2006. Tem defeitos, mas acho que eles não estão relacionados com a arquitetura, e sim com a economia e a política. É preciso solucionar essas diferenças econômicas, de educação. Acho que, nos edifícios, Niemeyer conseguiu um feito inédito, que é obter a monumentalidade no sentido horizontal. Quando pensamos em algo monumental, vem logo à mente a noção de altura, mas o Ministério das Relações Exteriores, por exemplo, tem uma monumentalidade extraordinária. Os edifícios de apartamentos, assentados sobre pilotis, parecem um convite à vida em comunidade. Tem-se, contudo, que resolver o problema dos automóveis: a grande avenida é um rio intransponível. Mas creio que há mais coisas positivas do que negativas. Hoje, pode-se até discutir se a decisão de construir Brasília naquele lugar foi correta ou não, mas é muito fácil discutir isso agora.
Em Brasília, como no México, há muita conexão entre a arquitetura e as artes.
Sim, e isso não exclusivamente no que diz respeito a trabalhar com artistas, mas também a converter os edifícios em peças de artes plásticas. São trabalhos extraordinários, e Brasília é uma obra exemplar.

Falando sobre artes plásticas, o senhor se inspirou no pintor mexicano Chucho Reyes [1882-1977]?
Sim, foi ele que me ensinou o conceito de cor. Como era um artista autodidata, não tinha educação acadêmica, pintava as cores por gosto, não seguia as regras de combinação. Ele me deu a melhor descrição sobre isso. Certa vez, disse-me que o bonito era o bonito. Eu então lhe perguntei quem, afinal, decidia o que era bonito. “Eu mesmo”, ele me respondeu. Foi ele que me ensinou que a cor é a alegria da vida, mais do que um elemento da arte.

O senhor conviveu com Reyes?
Eu o conheci quando ele era mais velho, mas agora, pensando bem, acho que ele tinha similaridades com Niemeyer. Morreu aos 95 anos e tinha um amigo com 98. Foram ao mercado de antigüidades, gostaram de uma peça, creio que era um Cristo, e Reyes disse ao amigo que deixasse que ele mesmo a comprasse, porque viveria um ano a mais do que o amigo. Hoje pela manhã [a entrevista foi feita na tarde do dia 19 de setembro de 2007] estive com Niemeyer no Rio de Janeiro, e é impressionante como ele continua trabalhando.

Falavam sobre arquitetura?
Ele não dava muita importância à arquitetura, ria dos arquitetos. Uma vez disse para Barragán que as Torres de Satélite [conjunto de cinco esculturas triangulares implantadas na Cidade do México], projetadas com o pintor Mathias Goeritz, eram na verdade de autoria dele, Chucho Reyes. Barragán não gostou nem um pouco.

Espacialidade, Conectividade, Originalidade e Sustentabilidade


Esse é o tema da 8ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo - ECOS Urbanos. Com datas definidas, a BIA acontece entre os dias 31 de outubro e 6 de dezembro de 2009, (óbvia) e tradicionalmente realizada no Pavilhão da Bienal, Parque do Ibirapuera, São Paulo.

A edição número 8 da mostra tem como proposta as grandes transformações dos centros urbanos metropolitanos que sediam eventos de porte internacional, (Brasil na copa do mundo de 2014!) sendo e, c, o e s os quatro eixos que norteiam o conceito de tais mudanças, nas palavras do Arquiteto Bruno Roberto Padovano, curador geral.

"Esses megaeventos possibilitam que os governos, em suas três esferas e com parceria da iniciativa privada, processos de qualificação urbana, tanto nos aspectos ambientais quanto sociais, econômicos, culturais e espaciais." , palavras do curador.

A presidente IAB-SP, Rosana Ferrari, garante que o evento tem de se democratizar e afirma que a imprensa será convidada a discutir um assunto que não é pertinente apenas a arquitetos, mas sim a todos. Desta vez, a organização da Bienal quer provar que o evento pode ser democrático.

Os trabalhos serão divididos entre as categorias obra/projeto, como de costume, mas desta vez com uma diferença: ao invés de arquitetos nacionais/internacionais, serão classificados como em solo brasileiro/em solo internacional, tornando possível a inscrição do arquiteto em ambas
categorias. Workshops e palestras estarão presentes no evento, como de costume.

Maiores informações no site http://www.iabsp.org.br/

D-Edge Teaser, por Muti Randolph

"Com inauguração prevista para novembro, o clube que, depois de anunciar o tamanho de sua ampliação – quatro andares, incluindo lounge e nova pista-, revela agora detalhes do projeto, resultado da parceria entre Renato Ratier e o designer Muti Randolph.“Teremos uma janela única que será uma das paredes novas da pista. E, por meio de espelhos com LED embutidos, o público terá a sensação de uma repetição infinita de luzes. Tanto na pista, quanto fora da casa.”, diz Muti. Aberto em 2003, o D-Edge é referência de design. Foi eleito pela Wallpaper como um dos cinco clubes mais sofisticados do mundo, além de ter sido capa da revista Frame. Na Architecture Now, o clube figurou como pioneiro na utilização da luz como definidora do espaço. “Esse é um experimento de dois anos, pensado minuciosamente, assim como todo o novo clube. Todos os detalhes terão tecnologia e design como parâmetro”, completa Renato Ratier.
A primeira série de três imagens segue como exemplo da possibilidade de variação de cores da fachada; na segunda série, uma imagem-conceito em 3D reproduz a nova fachada do D-Edge. Já na terceira série, fotos de escultura projetada pelo Muti, dá uma ideia do efeito: resultado de experimentos de reflexos infinitos realizados há algum tempo pelo designer."

Colei de http://www.d-edge.com.br/
As fotos são do primeiro projeto do club, e foram tiradas de http://www.muti.cx/. Ainda não encontrei nenhum 3d do próximo!

Já estive lá. Nessas horas minha velha idéia a respeito de sensações toma conta do negócio - o que mais eles querem com música, cores, luzes e sombras? Provocar no usuário sensações que o farão lembrar onde esteve. Conceito de espaço misturado com uma leve jogada de marketing (intencional ou não) que deu muito certo! O local onde hoje funciona o D-Edge, na Barra Funda, São Paulo, já foi suporte para outro club chamado Stereo, projeto da Donini Arquitetos. E o designer carioca Muti Randolph, responsável pelo próximo projeto e também pelo atual, costuma trabalhar muito com iluminação, cenografia e animações. Digamos que ele seja a Zaha Hadid do design brasileiro.. é conceito! Tem muitos projetos temporários, como cenografia de passarelas, de peças de teatro e de shows, além de lojas, flyers, logos e quase tudo em que o design pode se aplicar. Ele projetou também o D-Edge de Campo Grande, que me remete um pouco aos espaços do Karim Rashid, designer da Melissa.




- Cenário da SPFW, no Ed. Bienal de São Paulo, Muti Randolph



















- D-Edge São Paulo

























luz
























cores

























cores, sombras


























texturas, luzes, cores
























sensações!

Tenham uma excelente semana!

Peace Bridge, por Meu Arquiteto Preferido

-
Ponte nova do Calatrava fresquinha! Tenho que confessar minha admiração por esse homem.. engenheiro, arquiteto e artista plástico, ele tem obras fantásticas por todo o mundo, incluindo a Puente de la Mujer em Buenos Aires, o Tenerife Opera House na Espanha, e é claro, o fantástico, sensacional, inexplicável Turning Torso na Suécia, entre outras obras de mesma importância e beleza.



A Peace Bridge foi uma grande surpresa para nós, arquitetos e admiradores do trabalho de Calatrava. Acho que estão faltando alguns cabos de aço.. alguns balanços ou mastros. E essa cor vermelha não remete exatamente à identidade do trabalho dele.. mas vamos lá! A ponte tem 130 metros de comprimento, apoiados apenas de um lado e do outro das margens do Bow River, em Calgary, no Canadá - ao menos uma característica em comum com suas outras obras.

Feita para pedestres e ciclistas, a Peace Bridge possui plataformas diferenciadas para os dois tipos de usuários. A escolha da estrutura justifica-se pelo fato de o leito do rio não poder receber elementos verticais ou plataformas flutuantes. Mais de 5000 pessoas vão circular diariamente sobre a ponte, que tem previsão para estar pronta em 2010. Será?





















-

JS Bach Chamber Music Hall, por Zaha Hadid Architects

Quem me conhece sabe que não sou fã, mas que arquiteto não gosta de um projeto conceitual? O escritório de Zaha Hadid tem agora um espaço no Manchester Art Gallery para receber as músicas de Johann Sebastian Bach! Segundo ela, a estrutura metálica foi projetada em redemoinho, de forma a favorecer a harmonia dos concertos de Bach. As imagens mostram a estrutura, a membrana de tecido/malha de aço que a envolve, e os estudos de direcionamento do som.



















"O projeto reforça a multiplicidade do trabalho de Bach através de uma integração coerente entre lógicas formal e estrutural. Uma única faixa contínua de tecido gira em torno de seu próprio eixo, criando camadas no espaço para direcionar os artistas e o público a um espaço íntimo e fluido."































Ela diz que "O processo projetual do design envolveu considerações com a escala, estrutura e acústica para desenvolver um diálogo formal dinâmico, inseparável de sua finalidade: trazer um espaço íntimo para o usuário." A separação dos espaços e as funções corretas foram adquiridas a partir do giro da fita, que ao longo do percurso, varia seu tamanho entre o de um corrimão e o de um pé direito. As conexões visuais e de circulação têm seus efeitos gerados pelas barreiras visuais descontinuadas da fita de tecido.No intuito de refletir e dispersar o som, painéis acústicos de acrílico estão suspensos acima do palco, invisíveis sob as diferentes regiões de tensão da membrana.
Pra quem quer ter uma noção do espaço, o jsb music hall ocupa 17 x 25 metros.








































Esse post foi uma dica do Dudu Crosara, e as informações e fotos são do designboom.com
Deliciem-se! Bom fim de semana.

Para ver a banda passar

O arquiteturaemmassa é um blog de arquitetura, não tem nada a ver com música (ou talvez tenha, porque quem posta aqui gosta tanto de música quanto de arquitetura), mas esse é o título do texto que me arrepiou dos pés à cabeça enquanto lia. Do arquiteto Isay Weinfeld para a Folha de São Paulo, no dia 24 de março de 2009. A única palavra que trocaria é a "videotape" pelas palavras "videotape, creep, high and dry, fake plastic trees, go to sleep, idioteque, i will, house of cards, there there, 2+2=5 etc etc etc"... Esses caras são geniais.

"Hoje, quando o tintureiro chegar e perguntar "Tem roupa para lavar?", vou disfarçar e dizer "Tem não, senhor..."Da última vez que dei minhas roupas para lavar após assistir a um show do Radiohead, vi no dia seguinte o tintureiro voltar com uma certa melancolia estampada na face... A música deles impregna até na roupa. Não desgruda. Logo após o show, é impossível sequer ligar o rádio do automóvel. Conversar com alguém, nem pensar... Dependendo de quem esteja com você então, é uma ótima desculpa.Na manhã seguinte você ainda acorda enlevado, perguntando: o que é aquilo que passou ontem por mim com tanta força? Mas erra feio quem reduz estes sentimentos somente à melancolia. Este é só um dos inúmeros calafrios que se sente ao ouví-los ao vivo.E, a cada música, a viagem te conduz a lugares distintos. Você fatalmente irá se apaixonar palo trabalho deles, se os lugares em que a música deles te levar forem os lugares que você eventualmente gostaria de estar, de conhecer... Se não, não vai gostar.A música é mágica, enigmática, lancinante, ousada. O grupo se apresenta exatamente como eles são fora do palco. Sem afetação, modismos, superficialidades. Não fazem gênero.Vão lá, dão o seu recado e, infelizmente, vão embora. E são generosos. Mais de duas horas disso tudo, com uma mistura na medida certa entre som, luz e imagem. Uma completando a outra. Luz e imagem a serviço da música. Nada está lá à toa, para chamar a atenção. Tudo na medida certa, elegante. Um show impecável, inesquecível.Difícil destacar alguma música (apesar de minha paixão por "Videotape"). Nem as mais antigas parecem deslocadas no contexto geral do show. Thom Yorke, gênio encantado, cantor excelente e absurdamente carismático, te conduz com segurança e uma pontinha de satisfação a uma outra dimensão. Depois, fica muito difícil voltar... Nosso mundo aqui é bem mais chatinho.Só fico um pouco incomodado quando leio que Radiohead é uma banda de rock. Ser só uma banda de rock certamente não é pouca coisa, mas eles vão muito além. Muito além...Evidentemente que estas são sensações muito particulares. Mexe com um, não mexe com outro. Só estou querendo dizer que este grupo de cinco rapazes, amigos de colégio, se juntou e misturou letra, música, técnica, performance, luz e imagem de uma maneira que me inquieta, me transtorna.É arte. Pura, essencial. Um soco no estômago. Ed, Colin, Jonny, Phil e Thom, quero acreditar, conspiraram com a intenção de me fazer levitar com sua música. E eu, daqui de cima, vejo uma galera saindo do show tarde da noite... tranquila. Feliz."

The Architect's House


Fallingwater House - Fallingwater seasons remix. Óleo sobre tela, 274 x 274 cm. De Eamon O'Kane, artista plástico irlandês. Da coleção "The architect's house".
.
.

"Emocionante escultura utilitária"

Eu sempre insisto no fato de que a ponte JK não é tudo o que parece. E eu tenho meus argumentos. Segundo Alexandre Chan, arquiteto e urbanista responsável pelo projeto da ponte, seus três arcos remetem à uma pedra batendo em um espelho d'água. Cada arco tem 240m de vão (isso é mesmo muita coisa) e o conjunto quer provocar emoção máxima no observador, apesar da baixa altitude do tabuleiro - lugar onde passam os carros e alguns poucos pedestres. Foi inaugurada no dia 15 de dezembro de 2002 e recebeu prêmios de grande importância como "ponte mais bela do mundo" e "melhor obra em aço do ano", além de uma medalha ao arquiteto e outra ao idealizador, o então governador Joaquim Roriz. O monumento metálico veio para renovar o título de cidade moderna - lembrem-se que moderna difere-se de modernista - mas foi muito criticada pelos profissionais da área por ser tão grande e importante e estar tão longe dos outros monumentos de mesmo porte, na Esplanada dos Ministérios.


Mas a minha crítica não é sobre isso. Resolvi voltar a esse assunto, já tão discutido, porque estudantes e inclusive arquitetos brasilienses - que passam pela ponte ao menos 2x por dia - não sabem, ou não querem acreditar, que os arcos da belíssima, magnífica e (in)igualável ponte JK não têm função estrutural alguma. Para que eles segurassem alguma coisa, seria necessário que estivessem prontos antes do tabuleiro, o que, embasbaquem-se: não ocorreu. Se a ordem da construção é inversa, de que servem os tão fascinantes arcos? A parte mais pesada sustenta-se por si só, então não era preciso gastar tantos mihões...


Explicando a expressão (in)igualável que usei acima, conto um segredo: nossa escultura utilitária é idêntica à passarela de Nagoya no Japão e a coincidência é TAMANHA, que as 2 tem exatamente 180 graus de diferença longitudinal.


Tenham um bom dia e uma boa semana.

Nagoya














Brasília













.

Se não pode vencê-los, junte-se a eles!

Exemplo claro de fiscalização ineficiente? Impressão sua. Segundo o decreto nº 30.254/09, publicado no Diário Oficial no dia 6 de abril de 2009, as lojas das entrequadras comerciais da Asa Sul em Brasília terão de ser padronizadas com 6 metros além do limite da propriedade. Mesmo quem não tem a intenção de ampliar sua unidade, terá de locar um muro feito de elementos vazados (como cobogós) e ainda assim provar para a fiscalização que aquele espaço não está sendo utilizado, porque a área que deve ser obrigatoriamente fechada custa bem caro. Quem já invadiu mais de 6 metros terá de demolir suas instalações para adequar a invasão (expressão totalmente contraditória, não?) e quem invadiu com menos de 6 metros deve extender o uso ou inserir o muro. A taxa anual varia de R$ 2.380,37 a R$ 22.005,77, considerando a metragem efetivamente utilizada, a base do IPTU e a valorização da quadra.


Cada bloco comercial deve apresentar um único projeto arquitetônico que será reproduzido em todas as suas unidades. O projeto passa pela administração regional e é analisado e aprovado, desde que esteja completo com as propostas de todos os blocos da quadra. Quem está feliz com a medida, teme que proprietários mais antigos e tradicionais apresentem resistência. Para os comerciantes que pretendem reformar as calçadas frontais, ainda há um incentivo a mais: deixam de pagar por um ano a taxa de ocupação de área pública. A intenção é fazer com que o comércio seja acessível a idosos e portadores de necessidades especiais, além da unidade visual entre as lojas de um mesmo bloco. Nos espaços entre duas edificações, uma faixa de pelo menos 2 metros deverá ficar livre para a passagem de pedestres, enquanto a calçada dos fundos têm pelo menos 1,5 metros e não necessariamente deve estar adequada para os pne's e idosos.



Essa é a famosa Lei dos Puxadinhos. Depois de 49 anos ainda tem quem queira meter o bedelho na obra prima de Lúcio Costa.


Essa é a tabela com os preços das taxas anuais, fonte Correio Brasiliense.

Fórum EcoTech

O maior evento relacionado a Sustentabilidade da Construção já realizado no Brasil.

http://www.forumecotech.com.br/

Alguns dizem que é tendência, outros dizem que é modismo. E você? O que acha?

II Congresso Ibero-Americano Sobre Habitação Social - “Por uma nova abordagem”

Entre 24 e 27 de novembro de 2009 acontece, em Florianópolis, o II Congresso Ibero-Americano de Habitação Social com o tema "Por Uma Nova Abordagem".

Promovido pela UFSC, o evento debaterá temas como produtividade, redução de custos e todas as demais estratégias disponíveis para a melhoria dos setores ligados à habitação social.

A programação prevê ainda uma conferência magna e mesas redondas que discutirão os aspectos sociais, econômicos e tecnológicos relacionados ao assunto.

Local: Hotel Torres da Cachoeira, praia de Cachoeira do Bom Jesus, Florianópolis – SC.

Contato pelo email: assessoriaghab2009@iceventos.com.br

colado de
http://www.arcoweb.com.br

porque eu acredito em boa arquitetura!

Swiss Re


Do arquiteto Norman Foster, o Swiss Re, também conhecido como 30 St Mary Axe, é o primeiro arranha-céu sustentável de Londres. Ele está localizado no centro financeiro da capital inglesa e possui 180m de altura, o equivalente a 40 pavimentos, soluções vanguardistas do ponto de vista ambiental, tecnológico, arquitetônico e social. Além de ser um lugar de trabalho notável, fornece um espaço altamente flexível e vistas espetaculares da cidade.
O gherkin foi constrúido no terreno que abrigava o Baltic Exchange - sede do mercado global de vendas e informações marítimas. Em 1992, o IRA detonou uma bomba, danificando o exchange e os edifícios vizinhos.
Seu formato inusitado de destaca na paisagem londrina. O corpo cilíndrico oferece melhor resistência às cargas dos ventos. A cortina de vidro duplo - com estrutura em aço de alta resistência de malha triangular - possui micro-perfurações que permitem que o edifício respire.
A abertura das janelas é controlada por computadores conectados a estações de controle de temperatura, preciptações pluviométricas, intensidade do sol e velocidade do vento.
O núcleo do edifício é espiralado, formando poços de luz que direcionam a luz e a troca de ar para os ambientes de trabalho.

O consumo energétido do edicício é 50% menor que o consumo de prédios de mesmo porte com estrutura tradicional.

Sua circulação vertical é feita por um elevador de alta velocidade com capacidade para mais de 350 passageiros. A garagem é externa, de nível elevado, integrada com o interior pelo elevador.

*para mais informações, fazer o pedido por e-mail.



SeDA² - Semana de Design, Artes Visuais e Arquitetura

O evento orcorrerá entre os dias 25 e 28 de março de 2009, na Ala Norte do Minhocão, mais precisamente na FAU - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Durante esses 4 dias serão oferecidas palestras e oficinas; serão exibidos filmes e os inscritos terão a oportunidade de debater temas atuais e também clássicos com arquitetos brasilienses e de outras cidades. Participei do evento em 2007, das oficinas de serigrafia, das palestras, e inclusive de uma mesa redonda com a presença dos arquitetos Paulo Henrique Paranhos - grande arquiteto brasiliense - e Álvaro Puntoni - diretor e professor do curso de arquitetura Escola da Cidade, em São Paulo. Após a mesa redonda, o público foi dividido em grupos de projetos, onde debatíamos de igual pra igual os problemas e soluções das propostas de cada um. Aconteceram também oficinas de maquete, bambu, desenho e toy art. Parabéns aos organizadores, tanto pela iniciativa quanto pela qualidade do evento. Eu recomendo!