11_dez_2010

E depois de muito tempo sem aparecer por aqui, venho parabenizar todos os arquitetos pelo seu dia! Aqueles que trabalham muito, aos que trabalham pouco, aos que rabiscam os guardanapos do restaurante, aos que andam com seus bloquinhos, aos que são fascinados por livros, aos que são viciados em imagens, aos que se emocionam com a grandeza dos sentimentos traduzidos em espaços. Enfim, aos profissionais que criam sensações, lidam com sonhos.

"Sou arquiteto,
Aquele que dizem ser engenheiro frustrado,
Decorador disfarçado,
Esquisito, meio pirado,
Às vezes alienado, outras, por demais engajado;
Às vezes de Havaianas, outras engravatado.

Sou arquiteto.
Sou poeta,
E sou muito mais que um sonhador;
Ah! pudesse eu ter meus sonhos de volta,
Mas ainda sou um aprendiz na escolha da vida;
Dominei a forma, distribuo espaços,
Mas muitas vezes me sinto fora de esquadro,
Perdido em linhas paralelas demais,
Numa escala indefinida.

Mas sou arquiteto,
Sou poeta,
E sou muito mais que um sonhador,
Porque possuo em cima da velha prancheta,
Projetos para todos os sonhos;
Casas para abrigar um novo amor;
Caminhos para chegar ao arco-íris;
E jardins para o aconchego do entardecer..."

Lienne Liarte

Architecture from wahliaodotcom on Vimeo.

Taichung Metropolitan Opera




Esse ousado projeto de Toio Ito para a cidade de Taichung, centro cultural de Taiwan que abriga cerca de 1 milhão de habitantes, está previsto para ser concluído no ano de 2013 (segundo autoridades locais) com um orçamento de aproximadamente 5 milhões de dólares.



Há anos existe a previsão de iniciarem as obras do futuro símbolo da cidade, mas foi difícil encontrar equipes de engenharia dispostas a aceitar o desafio de construir uma estrutura formada por diversas paredes curvas (exatamente 58 unidades) conectadas.



Tal processo construtivo será realizado com uma técnica frequentemente utilizada na execução de túneis, que conta com superfícies freeform de estrutura em aço que será jateada com concreto. Nos vazios serão construídas estruturas temporárias de aço que melhor se adaptam a superfície concluída. Podem ser jateados 150mm de concreto de uma só vez e em seguida uma camada superficial de 25mm é adicionada sem agregados graúdos para dar um aspecto mais liso ao acabamento. A espessura da estrutura varia em torno de 200mm no último andar e 300mm no térreo.

É importante citar que houve preocupação com o aspecto sustentável do edifício, que além de ser construído com materiais sustentáveis, foi elaborado de forma a economizar energia (com melhor aproveitamento de luz natural e ventilação), sem contar que possui um sistema de reaproveitamento de águas pluviais e esgoto que serão tratados e reutilizados em irrigação e descargas de banheiro, respectivamente.


A casa de ópera possui um total de 36.410m2, distribuídos em 3 teatros (o principal com 4.450m2, o playhouse com 1.770m2 e a caixa preta com 520m2), com seus camarins (são 2.630m2 no total), administrativo (1.850m2), praça das artes (6.000m2), locais destinados para workshops (3,100m2) e outros espaços (16.090m2).



Toio Ito já fazia parte da minha lista, mas me ganhou com esse projeto inovador o qual vale a pena acompanhar de perto e, se possível, visitar a obra acabada para usufruir de suas instalações.

1o SIAM - Simpósio Internacional sobre Arquitetura e Museus


Acontece na semana do dia 13/09 a 17/09 no Museu Nacional de Brasília, o 1o Simpósio Internacional sobre Arquitetura e Museus: Novas Tendências - Brasília 50 anos.

Alguns dos palestrantes são velhos conhecidos:
MASSIMILIANO FUKSAS (Itália): arquiteto e recebeu prêmio de Acadêmico Nacional de San Luca, na Itália;
DANILO MATOSO (Brasil): arquiteto e presidente do DOCOMOMO - Brasília
FRANCISCO LEITÃO (Brasil): Arquiteto e professor de arquitetura do UniCEUB - Centro Universitário de Brasília, professor e amigo querido;
MARCELO FERRAZ (Brasil): arquiteto que projetou o Museu do Pão, em Ilópolis/RS
RYUE NISHIZAWA (Japão): arquiteto e premiado com o Pritzker 2010

Para quem se interessar, inscrições podem ser feitas no site do SIAM, que disponibilizou uma apresentação para o acompanhamento do evento.

Existe nessa apresentação, um asterisco que diz "A CONFIRMAR" a presença de Santiago Calatrava, falando sobre o Museu do Amanhã.

Altamente recomendado!
Bom fim de semana a todos!

Expansão do Aeroporto Internacional de Denver, Calatrava!


Vai construir um museu no Rio, apareceu no fantástico, apertou a mão do Niemeyer, ficou famoso.. Mas ele sempre foi assim, demais! A nova de Santiago Calatrava é a expansão do Aeroporto Internacional de Denver, Colorado - EUA. Incorporado a um hotel, uma linha de trem e a um centro de convenções, a nova obra será executada sobre o projeto original de Curt Fentress , de 1995, mantendo o desenho e as diretrizes do edifício de Curt. A nova área do complexo vai totalizar em 76,6mil m².
O arquiteto diz "Meu objetivo em projetar uma estação de trem junto a uma estrutura icônica como o terminal de Denver foi complementá-la com um projeto da identidade independente e de qualidade igual".
Para manter o conceito, a altura do aeroporto é de 34m. O hotel está localizado no edifício perpendicular à linha do trem e terá nada menos que 500 quartos, com suas asas de avião. Como esperado, não há vedação lateral na estação de trem (lembram da Liège-Guillemins?) A ponte acima tem vão de 220m e é por aí que o trem vai passar..
Cafés, lojas, restaurantes e espaços de exposição compõem as praças cobertas e descobertas do projeto. As estruturas de aço e vidro encantam pela beleza, pelos detalhes, pela monumentalidade, que é característica mais que conhecida do arquiteto/engenheiro/artista plástico.


Interior da estação com um grande vão e praticamente ao ar livre.


A vista foi aproveitada de forma simples e eficiente, tornando a estada na estação mais agradável e elevando o potencial do hotel.


A previsão é que, exceto a linha de trem, as obras sejam entregues em 2013. Vamos visitar?
Deixo o video, pra quem gosta como eu se deliciar.. Boa semana a todos!


Ecobairro de verdade


Antiga zona portuária insalubre, no século XVIII Hammarby Sjötad ficou conhecido como “Pérola do Sul”, pois se tornou um destino popular de excursões dos habitantes da ilha de Södermalm, também no sul de Estocolmo.A área foi parcialmente destruída quando se iniciaram as obras da rodovia de Hammarby, e o solo oceânico do local foi preenchido com solo escavado, pedras e lixo como parte da área portuária planejada.Os planos, no entanto, não vingaram e as terras ficaram disponíveis para construções de galpões de estocagem e uso industrial, mas nenhuma empresa ou indústria conseguiu se estabelecer na área: ao invés disso, uma grande favela industrial começou a crescer, desordenadamente, sem cuidados com o meio ambiente. Constantes ameaças de demolição indicavam que a situação da área, que consistia, em sua grande parte de galpões metálicos, era de natureza provisória. A situação durou até 1998, quando quase tudo foi demolido para dar início ao eco-bairro Hammarby Sjöstad. Na época, a Suécia participava da competição para sediar os jogos olímpicos de 2004. Aceleraram-se os projetos e o planejamento: as Olimpíadas serviram como catalisadores das obras. Inicialmente, o objetivo era reduzir pela metade o impacto ambiental do futuro bairro em relação aos edifícios de Estocolmo, que foram construídos em 1990. Aspectos tais como ruídos, poluição, tráfego e resíduos foram estudados, resultando na demolição e restauração dos edifícios industriais, tal como a fábrica Diesel, que foi reformada e virou centro cultural e esportivo. A favela deixou numerosos danos no solo, e para assegurar que os futuros habitantes e trabalhadores do Hammarby não sofressem as consequências , a “City of Stockholm Environment & Health Administration ‘’ está monitorando a descontaminação do solo durante toda a construção do bairro, que está com o fim previsto para 2016, cuidando para evitar danos à saúde pública, assim como ao meio ambiente. Nas escavações, foram encontrados 130 toneladas de óleos e graxas e 180 toneladas de metais pesados. Ao fim do projeto, Hammarby Sjöstad terá 11.000 apartamentos para cerca de 28.000 pessoas e vai proporcionar trabalho local para 10.000 pessoas. Atualmente, já foram construídos 8.500 apartamentos, em edifícios que têm no máximo 5 andares e dão simultaneamente para a rua e para o parque, qualificando os espaços existentes. Trata-se de um trabalho de planejamento inédito, fruto da cooperação entre arquitetos, engenheiros e urbanistas. O transporte coletivo é o principal meio. De 25min em 25min, um barco faz a viagem de ligação entre o bairro e a ilha de Södermalm. Assim, 79% das pessoas vão trabalhar a pé, de bicicleta ou utilizando-se do transporte público. Isso permitiu reduzir a utilização do carro em mais de 40%. Tais números não seriam alcançados se a rede de transportes – em especial o elétrico – tivesse sido construída mais tarde, forçando a população a adquirir meios de transporte individuais, tais como carros. Hammarby Sjöstad responde a um programa ambiental com os seguintes objetivos:
- descontaminação e utilização dos solos já construídos
- materiais de construção sustentáveis
- ênfase no transporte coletivo
- limitação do ruído a 45 dB (por meio do sistema construtivo) e
- otimização dos serviços energéticos, de água e de resíduos.
É a primeira vez no mundo que se consegue reduzir o impacto ambiental em cerca de 50% numa superfície tão grande. Os objetivos fixados tiveram em conta as normas de 1990, de forma que hoje em dia seria possível fazer melhor. O projeto será duplicado brevemente em outros bairros de Estocolmo, tão degradados quanto o antigo Hammarby. O custo está à altura dos objetivos e a cidade está disposta a investir milhões de euros no projeto, a fim de enfatizar a sustentabilidade e virar exemplo para cidades de todo o mundo.



Eu quero morar em Hammarby Sjöstad!

Laboratório Nestlé - Rojkind Arctectos - Querétaro México





Roll It - experimental housing







É nisso que resulta a união de desing e arquitetura, flexibilidade e funcionalidade...

mais informações no ArchDaily.

DotMagazine - Revista Eletrônica

Segundo os idealizadores e criadores, "A DotMagazine é uma revista desenvolvida pela DotComStudio, onde estamos sempre em parceria com produtores de festas, desde o desenvolvimento de flyers à hot sites e web sites, sempre procurando mostrar o nosso diferencial. Acreditamos que hoje a DM é de extrema importância para Brasília pois, além de informações em geral sobre eventos, buscamos destacar DJs da cidade em nossos podcasts e entrevistas."

Com apenas 3 anos, os acessos diários já chegam a 2mil. A DM é direcionada ao público que gosta de rock, música eletrônica, cinema, entre outros tipos de cultura. O processo de divulgação peculiar, por meio de emails semanais, newsletters, adesivos (brindes) e a implantação de banners nas festas ligadas diretamente público alvo, informam tudo o que acontece de novidade na Magazine.

Agenda, novidades sobre bandas e djs, galeria de fotos e podcasts de djs que passaram pela nossa capital estão na DotMag! E o melhor: informações em meio a design de primeirissima qualidade!
Agora só falta colocar nessa revista um pouquinho de arquitetura, né?

Os sites do produtor e dj Gonzalo Insônia e da produtora CulturaEletrônica também são da DotComStudio, que é formada por Pedro Rafael (programação) e Giovanni Fernandes (editor e designer) e produz os flyers dos projetos locais 5uinto e PLAY! Vale a pena conferir!




Parabéns Brasília!

Quero deixar registrado aqui o amor que tenho pela minha cidade, nesse dia tão importante! Parabéns Brasília! Por suas linhas leves, por seu verde magnifíco, pelo seu céu azul. Referência mundial em arquitetura e urbanismo, Brasília do ponto de vista 'cidade' é maravilhosa. E as outras referências, que só nós temos.. os endereços estranhos, a falta de esquinas, o conjunto nacional, as asas, os lagos. a 15 sul, a 7 norte. Viva Brasília cinquentona! Muito obrigada aos mestres Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Athos Bulcão, Burle Marx, Lelé.











the hole house - retiro no verão, casa de esqui no inverno

Localizado na vila dos Vales na Suíça, o projeto é o resultado da parceria entre os arquitetos Christian Müller (da firma Christian Müller Architects) e Bjarne Mastenbroek (da firma seARCH, que teve a idéia em 2004 e, 2 anos depois, comprou o terreno para torná-la realidade).
Trata-se de um "espaço experimental", uma ruptura com o estilo tradicional alpino e é composto por 3 partes distintas executadas basicamente em concreto, madeira e pedra (obtidos na região):

- uma área de morar, com uma original fachada elíptica, composta por 4 quartos bem iluminados e com vistas maravilhosas (um deles com uma biblioteca), sala de estar, banheiro, cozinha;


- um tradicional estábulo suíço, que é utilizado como "sala de secagem" durante a estação de esqui;


- um túnel subterrâneo de 22m de c
omprimento, que liga os dois prédios.


O designer alemão Tomas Eyck encarregou-se da decoração, utilizando-se de mobiliários japoneses de 1920, baús de guerra alemães, cerâmicas dos designers alemães Hella Jongerius e Studio Job e obras de arte feitas pela esposa de Müller, Marieta Reijerkerk.


Os arquitetos quiseram que a casa se mesclasse com a montanha. Que se movesse com ela, torcendo para que não hovesse rachaduras na estrutura. Mas erros eram esperados, a idéia não é a perfeição. Eles pediram para os encarregados da construção deixarem evidentes os problemas de execução. Pediram, inclusive, que as pedras da fachada fossem dispostas aleatóriamente como se tivessem sido colocadas por crianças, mas acho que eles não entenderam a mensagem. Os vidros das fachadas foram fabricados na Austrália.


Treze anos se passaram desde as termas de Peter Zumthor e Müller e Mastenbroek estão certos de que sua casa atrairá atenção, e os moradores do Vale contam com ela para a atração de turistas.

Museu do Amanhã, por Santiago Calatrava

Finalmente encontrei a oportunidade que queria pra falar dele. Embora eu seja suspeita, por ser a fã número 1. A pedido do governo do Rio de Janeiro, o arquiteto catalão Santiago Calatrava será responsável pelo projeto do Museu do Amanhã, que pretende abrigar a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, da ONU, que por sua vez, será realizada como um balanço do evento ECO-92, realizado no Rio há 18 anos. Para tanto, o presidênte da câmara do Rio garante que o projeto será completamente a favor da arquitetura sustentável. Ainda não há estudos, não há fotos, não há croquis.. mas prometo continuar pesquisando e manter todo mundo informado! A proposta é que o museu fique localizado no Pier Mauá, zona portuária no centro da cidade que, além de uma obra de arte, vai ganhar uma revitalização para as olimpíadas de 2016. Recomendo fortemente que entrem no site desse cara, pra quem ainda não conhece. Arquiteto, engenheiro e artista plástico, ele funde as três vertentes em obras inimagináveis. Tenho certeza que ele será muito bem vindo no nosso país :)