JS Bach Chamber Music Hall, por Zaha Hadid Architects

Quem me conhece sabe que não sou fã, mas que arquiteto não gosta de um projeto conceitual? O escritório de Zaha Hadid tem agora um espaço no Manchester Art Gallery para receber as músicas de Johann Sebastian Bach! Segundo ela, a estrutura metálica foi projetada em redemoinho, de forma a favorecer a harmonia dos concertos de Bach. As imagens mostram a estrutura, a membrana de tecido/malha de aço que a envolve, e os estudos de direcionamento do som.



















"O projeto reforça a multiplicidade do trabalho de Bach através de uma integração coerente entre lógicas formal e estrutural. Uma única faixa contínua de tecido gira em torno de seu próprio eixo, criando camadas no espaço para direcionar os artistas e o público a um espaço íntimo e fluido."































Ela diz que "O processo projetual do design envolveu considerações com a escala, estrutura e acústica para desenvolver um diálogo formal dinâmico, inseparável de sua finalidade: trazer um espaço íntimo para o usuário." A separação dos espaços e as funções corretas foram adquiridas a partir do giro da fita, que ao longo do percurso, varia seu tamanho entre o de um corrimão e o de um pé direito. As conexões visuais e de circulação têm seus efeitos gerados pelas barreiras visuais descontinuadas da fita de tecido.No intuito de refletir e dispersar o som, painéis acústicos de acrílico estão suspensos acima do palco, invisíveis sob as diferentes regiões de tensão da membrana.
Pra quem quer ter uma noção do espaço, o jsb music hall ocupa 17 x 25 metros.








































Esse post foi uma dica do Dudu Crosara, e as informações e fotos são do designboom.com
Deliciem-se! Bom fim de semana.

Para ver a banda passar

O arquiteturaemmassa é um blog de arquitetura, não tem nada a ver com música (ou talvez tenha, porque quem posta aqui gosta tanto de música quanto de arquitetura), mas esse é o título do texto que me arrepiou dos pés à cabeça enquanto lia. Do arquiteto Isay Weinfeld para a Folha de São Paulo, no dia 24 de março de 2009. A única palavra que trocaria é a "videotape" pelas palavras "videotape, creep, high and dry, fake plastic trees, go to sleep, idioteque, i will, house of cards, there there, 2+2=5 etc etc etc"... Esses caras são geniais.

"Hoje, quando o tintureiro chegar e perguntar "Tem roupa para lavar?", vou disfarçar e dizer "Tem não, senhor..."Da última vez que dei minhas roupas para lavar após assistir a um show do Radiohead, vi no dia seguinte o tintureiro voltar com uma certa melancolia estampada na face... A música deles impregna até na roupa. Não desgruda. Logo após o show, é impossível sequer ligar o rádio do automóvel. Conversar com alguém, nem pensar... Dependendo de quem esteja com você então, é uma ótima desculpa.Na manhã seguinte você ainda acorda enlevado, perguntando: o que é aquilo que passou ontem por mim com tanta força? Mas erra feio quem reduz estes sentimentos somente à melancolia. Este é só um dos inúmeros calafrios que se sente ao ouví-los ao vivo.E, a cada música, a viagem te conduz a lugares distintos. Você fatalmente irá se apaixonar palo trabalho deles, se os lugares em que a música deles te levar forem os lugares que você eventualmente gostaria de estar, de conhecer... Se não, não vai gostar.A música é mágica, enigmática, lancinante, ousada. O grupo se apresenta exatamente como eles são fora do palco. Sem afetação, modismos, superficialidades. Não fazem gênero.Vão lá, dão o seu recado e, infelizmente, vão embora. E são generosos. Mais de duas horas disso tudo, com uma mistura na medida certa entre som, luz e imagem. Uma completando a outra. Luz e imagem a serviço da música. Nada está lá à toa, para chamar a atenção. Tudo na medida certa, elegante. Um show impecável, inesquecível.Difícil destacar alguma música (apesar de minha paixão por "Videotape"). Nem as mais antigas parecem deslocadas no contexto geral do show. Thom Yorke, gênio encantado, cantor excelente e absurdamente carismático, te conduz com segurança e uma pontinha de satisfação a uma outra dimensão. Depois, fica muito difícil voltar... Nosso mundo aqui é bem mais chatinho.Só fico um pouco incomodado quando leio que Radiohead é uma banda de rock. Ser só uma banda de rock certamente não é pouca coisa, mas eles vão muito além. Muito além...Evidentemente que estas são sensações muito particulares. Mexe com um, não mexe com outro. Só estou querendo dizer que este grupo de cinco rapazes, amigos de colégio, se juntou e misturou letra, música, técnica, performance, luz e imagem de uma maneira que me inquieta, me transtorna.É arte. Pura, essencial. Um soco no estômago. Ed, Colin, Jonny, Phil e Thom, quero acreditar, conspiraram com a intenção de me fazer levitar com sua música. E eu, daqui de cima, vejo uma galera saindo do show tarde da noite... tranquila. Feliz."

The Architect's House


Fallingwater House - Fallingwater seasons remix. Óleo sobre tela, 274 x 274 cm. De Eamon O'Kane, artista plástico irlandês. Da coleção "The architect's house".
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