Isay Weinfeld em trezentos sessenta graus

"Nossos projetos são criados a partir de uma profunda reflexão sobre o que é viver numa cidade como São Paulo no século 21. Você não vai encontrar nada parecido – porque fazemos tudo completamente diferente do que está sendo feito pelo mercado. Buscamos alto impacto estético, perfeita funcionalidade e fácil manutenção. Queremos que você more muitíssimo bem, faça um excelente investimento e venha juntar-se a nós para mudar a cara da cidade, um prédio de cada vez. "
Idea!Zarvos é a responsável pela realização da nova grande obra de Isay. A construtora que lançou este ano sob o selo Movimento Um o edifício Aimberê 1749, do escritório Andrade Morettin Arquitetos, chega quebrando tudo com o edifício Trezentos e Sessenta Graus.
A proposta do arquiteto é bastante curiosa: apartamentos apresentam-se como casas suspensas, cada uma com seu 'quintal' - grandes varandas/salas que ocupam nada menos que 25% da área coberta da planta, assim chamadas pelo pai.
As plantas variam entre 130, 170 e 250m², todas muito bem resolvidas. O grande lance em meio ao cenário urbano é que suas 4 fachadas são principais - imagino que daí venha o nome 360 graus. Os jogos volumétricos típicos, constantes e mesmo assim sempre surpreendentes criados por Isay continuam pouco acessíveis, já que apartamentos/lofts/coberturas que variam de R$ 500 mil a R$1,1 milhão não estão exatamente dentro da realidade da maioria da população. O edifício foi erguido no Bairro Alto dos Pinheiros, com vistas para a Vila Madalena, USP, Parque Villa Lobos e Alto da Lapa.
Fica a dica para quem quiser conferir. :)
Imagens retiradas do site oficial da obra e da construtora.
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Conferência das Cidades



9a Conferência das Cidades

Sustentabilidade nas Cidades Brasileiras



Dias 11 e 13 de novembro
Auditório Nereu Ramos
Câmara dos Deputados - Brasília


Informações: http://www.camara.gov.br/

Le mur vegetal, por Patrick Blanc

Patrick Blanc, botânico francês, se deu bem nessa onda de sustentabilidade. Desenvolveu suas técnicas de plantio e manutenção de vegetações verticais e logo ganhou as fachadas e salões de várias das mais importantes edificações do mundo. Além de ecologicamente corretos - purificando o ar - os 'vertical gardens' têm um incrível poder de proteção termo-acústica e, é claro, função estética. (Isso ai.. i mean, esse ai em cima é ele!)



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- Caixa Forum de Madrid (espetáculo de projeto herzog e de meuron, incrementado com Le Mur Vegetal)


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- Les Halles, Avignon (super charme)
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- Taipeh Concert Hall, Taiwan (um luxo!)
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Oscar Niemeyer

Uma das melhores descrições da obra de Oscar que já vi, saiu na Veja dessa semana:



"Outro exemplo de um aspecto da cultura brasileira elogiado muito mais do que ele merece é a obra do arquiteto Oscar Niemeyer. Sei que isso pode soar chocante, porque há um consenso quase universal aqui no Brasil de que Niemeyer é um gênio. (...) Deixando de lado a política stalinista de Niemeyer, que é execrável, há uma contradição fundamental e irreconciliável entre o que ele professa e a obra que ele produziu. Ele afirma querer uma sociedade baseada em princípios igualitários, mas sua arquitetura, para usar a linguagem do mundo da computação, não é user-friendly. Ao contrário: ela é profundamente elitista e mesmo egoísta, concentrada principalmente em fazer declarações grandiosas e eloqüentes por si mesmas, para satisfação de Niemeyer e seus admiradores, mesmo que cause desconforto ou inconveniência ao usuário."

Citação do livro Deu no New York Times, do jornalista americano Larry Rohter.

E por falar em sustentabilidade..



Que tal projetar sua propria casa pensando em aproveitar a energia solar? O arquiteto alemão Rolf Disch, em seu HELIOTROP, pensou em absolutamente tudo. De forma circular, o edifício tem camada tripla de vidro em sua fachada - norte, leste, oeste, sul (?) - que gira para acompanhar o movimento do sol ao longo do dia. Nas varandas, os corrimãos se fundem em tubos que aquecem a agua usada dentro da edificacão. Enquanto isso, na cobertura, os paineis fotovoltaicos - tambem giratorios - transformam a
energia do sol em energia eletrica, produzinho de QUATRO a SEIS vezes a quantidade de energia necessaria para suprir todo o uso da casa..
Boa parte da estrutura e feita de elementos pre moldados e, por incrivel que pareca, a madeira e o principal material adotado no sistema construtivo. O BIG pilar central - com 14 metros de altura - suporta as instalações elétricas e ao seu redor, uma escada helicoidal leva a cada pavimento.

























Saiu na AU

Edifício Harmonia – Triptyque

Não é exatamente o que chamamos de belo, mas, apesar de não ter um discurso ecológico (segundo um dos integrantes da equipe), apresenta um repertório sustentável que pode e deve ser estudado, reavaliado e reestruturado para se adaptar a outros edifícios.




As paredes das fachadas laterais e posterior são duplas e recobertas por uma densa camada vegetal que, como uma pele, respira e cria matéria viva. Toda a vegetação é alimentada por uma rede vertical de delgados tubos metálicos que carrega água e adubo líquido e, na hora certa, libera o necessário ao crescimento das espécies cuidadosamente escolhidas por um especialista. Uma outra rede hidráulica transporta a água da chuva coletada na cobertura permeável até o sistema de tratamento e reutilização de água, também aparente, que por sua vez devolve água pura para a irrigação do edifício e consumo interno. É uma engrenagem perfeitamente ajustada, interconectada e cíclica, na qual tecnologia e sistemas ecológicos estão a serviço da arquitetura, e não o contrário.
O paisagismo, a insolação e o vento influenciaram na escolha básica das espécies que foram utilizadas nas paredes. A maioria das plantas do edifício é epífita, que costuma crescer em cima de pedras na Mata Atlântica, ou são oriundas da África ou Índia, onde as variações do tempo são similares às do Brasil. A massa utilizada para encravar as plantas é composta de cimento e sais minerais, propicia a retenção de umidade, além de ser isolante térmica e acústica. Já os tetos verdes são formados por uma camada de argila expandida, bidim (um geotêxtil), entulho limpo de metal, madeira, plástico e terra, e uma camada de terra. O gerenciamento é totalmente automatizado por um controlador eletrônico onde se programam o tempo e a freqüência de irrigação, além de dispor de um sensor de chuva regulado para desligar a programação de irrigação a partir de determinada faixa de precipitação."O resultado desse conjunto verde reduz os efeitos do calor excessivo, filtra a água, reduz o barulho dos helicópteros e embeleza o edifício com várias espécies de pássaros".





Os alagamentos periódicos que acontecem na região onde está implantado o edifício Harmonia resultaram no desejo de reduzir ao máximo a área impermeável do empreendimento. O projeto baseou-se no aproveitamento de 1,3 mil mm de chuva que cai por ano: 234 mil litros anuais de água de boa qualidade. O excedente de água dos telhados é coletado e direcionado para armazenamento em três reservatórios no térreo, que têm um volume que evita o escoamento para a rua mesmo nos períodos de chuva intensa. Ao final do terceiro reservatório, a água segue para um reservatório maior, onde é periodicamente recirculada pelo sistema de ozônio, e então bombeada para caixas elevadas, de onde segue para o abastecimento de vasos sanitários, irrigação e limpeza externa. Já a água infiltrada nos canteiros do andar térreo é direcionada para uma lenta infiltração no subsolo local, o que ajuda a manter alto o nível do lençol freático. "É importante não só pensar em reutilizar a água mas em restabelecer o ciclo hidrológico local, ou seja, infiltrar ao menos parte da água ao lençol freático".




O telhado verde, além de gerar ar fresco e umidade para a atmosfera, proporciona boas condições térmicas no interior do edifício, o que reduz a necessidade de aparelhos de ar-condicionado, além de reter boa parte da água de chuva que cai sobre o telhado e reduzir a colaboração para as cheias urbanas.

Madeira Sintética


É um produto que não é tão novo assim, muitos conhecem, muitos nunca ouviram falar, mas quase nunca é visto sendo utilizado como solução em grandes obras. Acho que vale à pena conferir:

A madeira sintética é um material 100% reciclável composto por resíduos industriais reaproveitados e fibra vegetal. E, além de evitar o corte de árvores, o seu processo de fabricação não gera poluição.
São utilizados em sua composição materiais bem variados, como plásticos, couro, borrachas, cascas de cereais, serragem, gesso, e tudo mais que puder ser reaproveitado.
A mistura com materiais orgânicos faz com que esse material seja parecido com a madeira e possa ser tratado como tal: cortado, serrado, pregado etc. O material plástico impermeabiliza a madeira fazendo com que não tenha farpas e a deixando protegida de pragas.
Os testes já realizados com essa novidade já provaram a sua qualidade. A madeira sintética fica a frente da madeira comum por ser muito menos inflamável. Nos outros testes se mostrou bem parecida, possuindo maior densidade que a ultima.

Exposição Arquitetura + Ecologia







O Instituto Goethe, em Brasília, aprensenta a exposição Arquitetura + Ecologia, que apresenta a arquitetura moderna alemã com direcionamento para as construções ecológicas - projetos cuja a preocupação ambiental envolve desde o planejamento até a construção.








A exposição acontece de segunda a domingo, das 12h até 19h, no Espaço Brasil Telecom e vai até dia 22 de outubro. A entrada é franca.

Indico




"Consciente da importância da educação ambiental para o desenvolvimento sustentável da sociedade, a IBM lança o projeto “Reciclasa - novos usos para antigos materiais”. O projeto tem como objetivo levar os conceitos de Reciclagem, Reaproveitamento e Redução de Resíduos ao dia-a-dia das pessoas, principalmente aos professores do ensino fundamental que são os mais importantes multiplicadores desses conceitos, apresentando-os como uma alternativa para o consumo consciente.O projeto apresenta, por meio de uma exposição e deste site, medidas fundamentais para a preservação ambiental que podem ser implementadas dentro de casa, no escritório, na escola e nas mais diversas situações do nosso cotidiano."


"Reciclasa - Novos usos para antigos materiais mostra como é possível a utilização de materiais descartados em insumos para a construção, confecção de móveis e decoração de uma casa."


Além da disseminação da consciência verde, o grupo possui um enorme repertório de produtos feitos com materiais reciclados de maneira super criativa. No site você pode se manter informado sobre oficinas e exposições. Vale à pena!

Não-sustentabilidade

Sudesa flagra caminhão captando água do Córrego Vicente Pires

Agentes da Subsecretaria de Defesa do Solo e da Água (Sudesa) flagraram na tarde desta segunda-feira (22/09) um caminhão captando água irregularmente do Córrego Vicente Pires, próximo a Estrutural. Segundo o sargento Irineu Alves Dutra que estava com a equipe na hora da apreensão, o caminhão extraiu cerca de oito mil litros de água. A perícia foi até o local e constatou crime ambiental. Segundo Dutra, o gerente administrativo da Pentag responderá por extração de recurso mineral sem licença. A pena para o crime é de seis meses a um ano de prisão, mais multa. Segundo a Sudesa a equipe passava pelo local quando avistou o caminhão. O veículo pertence a empresa Pentag Engenharia Ltda e segundo o motorista, Juliano Pereira dos Santos, a água seria usada para a obra de uma calçada no Setor Comercial Sul. A empresa informou na Delegacia do Meio Ambiente que o motorista foi até o rio para testar a nova máquina de extração e que desconheciam que esse tipo de captação era crime ambiental porque já viram outros caminhões fazendo a retirada.
(notícia do Correio Braziliense, postada no dia 22/09/2008.)


Esta não é a primeira ameaça à Área de Proteção Permanente (APP) do Córrego Vicente Pires. Em 2005 O Sistema Integrado de Vigilância e Conservação dos Mananciais (Siv-Água), para combater a ocupação desordenada do solo, tomou como medida a retirada de 95 construções de lotes de chácaras. As principais agressões constatadas foram o assoreamento do córrego, a contaminação do manancial por lixo, a destruição de nascentes, o surgimento de processos erosivos, o aterramento de solos hidromórficos (das margens do córrego), o desmatamento da vegetação nativa da faixa de 30 metros das margens. O estudo também comprovou que há uma redução da recarga das águas subterrâneas devido à exploração intensiva e desordenada do lençol freático, por causa dos muitos poços artesianos nas áreas ocupadas. Foram encontradas 17 nascentes em 38 lotes. Em 2006 a região passou por um processo de recuperação com a participação dos chacareiros e de detentos do Complexo Penitenciário da Papuda.
Eu não sei o que é mais indignante, o fato de algumas pessoas simplesmente acharem que estão acima da lei ou a vista grossa das autoridades. Um córrego como esse, cheio de nascentes, é de imensa importância para a região e, ainda assim, atrocidades como essas acontecem. Até hoje a região é desmatada por grileiros e parece que precisamos de um prazo mínimo de um ano para a tomada de alguma providência. Algumas pessoas dedicam suas vidas ao estudo e preservação dessas áreas e existem muitas outras que, simplesmente, não se importam. Quando contei para uma amiga minha sobre o ocorrido me doeram os ouvidos quando escutei: “ah, mas 8 mil litros nem é muita coisa”. Mas se esquece que somente o caminhão que foi flagrado no local que havia extraído essa quantidade. Quantos outros caminhões já não fizeram o mesmo? Segundo o depoimento acima, caminhões de outras empresas foram vistos na mesma prática criminosa. Será então que 8 mil litros de água é pouca coisa?
Está na hora do alguma providência ser tomada! Como arquitetos, devemos lutar contra a ocupação de áreas de preservação, contra construções ilegais, contra práticas ilegais em construções. Como cidadãos, devemos nos conscientizar das conseqüências de nossos atos e ajudar a proteger a nossa cidade. A cidade é de todos e, infelizmente, a preocupação só aparece quando alguma coisa começa a invadir o nosso espaço. Aqueles chacareiros só passaram a criar consciência ambiental depois da ameaça de terem as suas casas derrubadas. Apenas uma ação preventiva teria evitados todos os seus transtornos. Vamos, então, fazer a nossa parte e cultivar o pensamento sustentável.

Quem tiver mais informações sobre o Córrego Vicente Pires, sobre preservação/recuperação de APP’s, por favor, contribua.

Tema do mês - Arquitetura sustentável

Esse post, o primeiro do tema, é uma breve definição e um breve histórico.


O que é Arquitetura sustentável?

Também denominada bioarquitetura ou arquitetura ecológica, procura utilizar maneiras de prevenir os impactos ambientais que podem ser gerados em uma construção. Em linhas gerais, a arquitetura, em sua essência, tem o papel de manter e gerar o bem-estar da sociedade, promovendo meios de garantir a satisfação dos aspectos sociais, culturais e econômicos. A Arquitetura Sustentável deve não só minimizar os impactos gerados ao Meio Ambiente, mas, especialmente, integrá-la aos ciclos naturais da biosfera de forma a criar efeitos positivos, sendo um agente renovador, reparador e restaurador.

Histórico

Na década de 70, a crise do petróleo incentivou a busca de novos sistemas passivos aproveitamento do clima e da natureza – Arquitetura Solar, conseguia atingir as metas de economia de energia, mas nunca de conforto ambiental. Nos anos 80, surgiu a Green Architecture e, junto com ela, os laboratórios de bioclimática. Era mais equilibrada no desempenho energético e no conforto térmico. A partir da década de 90, tem início o movimento de desenvolvimento sustentável, tendo como marco a Eco’92 – Arquitetura Eco-eficiente, que utiliza fontes alternativas de energia em conciliação com o conforto ambiental. Passa a se preocupar com a qualidade da água, do ar, com a gestão de recursos e de sobras etc. A partir do ano 2000 os conceitos de sustentabilidade se tornam muito mais específicos:

Sustentabilidade econômica: lucratividade e crescimento através do uso eficiente de recursos (mão de obra, materiais, água e energia).

Sustentabilidade ambiental: evitar efeitos prejudiciais ao ambiente através de uso cuidadoso de recursos naturais, minimização de resíduos, proteção e melhoria do ambiente.

Sustentabilidade social: responder às necessidades dos “atores sociais” envolvidos no processo de construção (do planejamento à demolição), incluindo alta satisfação do cliente e do usuário, fornecedores comprometidos ambientalmente, respeito aos funcionários e comunidades locais.

Abertura

Feito para arquitetos e curiosos, o arquitetura em massa é um blog que visa falar de arquitetura simplesmente como ela é. Apresentar prédios, inovações tecnológicas, temas, significados e discutir os assuntos apresentados. Conto com a ajuda dos leitores para tornar esse blog uma fonte rica de informações, por isso, por favor, mandem e-mails com suas contribuições.

As postagens serão feitas a partir de temas. Durante mais ou menos um mês (ou durante o período que for julgado necessário) todos os posts envolverão algum assunto específico. Bom, é isso... espero que gostem.